Mãe com medo.
Hoje recebi a visita de uma mãe de um filho de 5 anos, que tinha nos conhecido por propaganda e estava preocupada em entender como poderia funcionar um trabalho apoiado no desejo de cada criança. "Mas tem instrutor? A criança fica sozinha, vai prá lá, vai prá cá? A criança fica solta?" Depois de explicar um pouco, achei melhor deixá-la viver o processo e perguntei a ela o que ela escolheria fazer se fosse estudar aqui na Moleque de idéias. Como tinha visto no site, quis fazer uma animação. Comecei então por mostrar a câmera, por perguntar se ela tinha idéia de que programa servia para fazer animação. Ela não sabia, mostrei o atalho, ela iniciou o programa e começou a entender e em seguida já estava fazendo um pequeno vídeo. Mas o que me chamou atenção foi o "Ai, que vergonha", dito por ela às vezes, porque não sabia.
Pensei em como as nossas escolas nos formam dependentes de orientação, acomodados, assustados diante do conhecimento e envergonhados por demonstrar que ainda não sabemos algo.
As crianças pequenas não sofrem deste mal: são curiosas e ainda não aprenderam que não sabem. Elas simplesmente aprendem.
Depois da experiência ficamos bem eu e ela. Ela saiu satisfeita e vai trazer o filhote para cá amanhã, para ele experimentar, para ele ver se gosta. Seja bem-vindo o João!
1 Comments:
E é esse sentimento de dependencia e de que alguém deve sempre nos instruir sobre o que fazer está presente em tudo. Toda hora surge uma manchete de jornal reclamando de ilegalidades, más administraçoes e abandonos, como se ninguém além dos nossos representantes tivesse alguma coisa a ver com isso. A democracia brasileira e a democracia em geral não é para nos dar a chance de escolher, é para nos dar a chance de escolher quem vai escolher por nós. É a famosa irrsposabilidade coletiva, ou a lógica do código de defesa do consumidor aplicada a todoas as esferas: eu pago, eu quero receber o melhor, indepedentente do funcionamento das coisas.
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