Professor Yves de La Taille, sobre os jovens, sobre todos nós.
"Mas uma coisa me parece certa: elas não estão felizes. Há sinais dessa infelicidade, que, aliás, acomete também os adultos. Há sinais como a busca incessante de divertimento, essa forma atraente de ‘esquecer da vida’. Há sinais como o consumo de drogas, cuja produção emprega milhares de pessoas e movimenta somas astronômicas de dinheiro. Há sinais como o uso e abuso de bebidas alcoólicas, cada vez mais precoce. Há sinais como a forte presença da depressão, notadamente entre jovens. E há o sinal maior: a grande freqüência de suicídios entre eles. O suicídio costuma ser motivado pela falta de sentido da vida. Ora, não há ética, não há felicidade possível sem sentido para a vida. E se muitos jovens estão nessa situação de ‘penúria existencial’, é culpa dos adultos, é culpa nossa. Ética do possível? Penso ser ainda possível construir uma sociedade que se inspire nessa bela definição de ética formulada pelo filósofo francês Paul Ricoeur: a perspectiva ética é a perspectiva de uma vida boa, para e com outrem, em instituições justas. Felicidade, portanto, mas uma felicidade na qual o outro tenha um lugar, lugar pela cooperação (com o outro), pela generosidade (para o outro) e pela política (instituições justas)."
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