Caiu a goiabeira da Moleque de ideias. E sobre como agimos naturalmente em rede.

No mesmo dia em que escrevi sobre a árvore sacrificada com poda doida e arame farpado, o vento forte derrubou a goiabeira aqui na Moleque. Analisamos o caso com o respeito que ela merece: está viva ou morta? Vamos acabar de matar ou deixar que ela acabe de morrer sozinha? Vamos aproveitar este movimento para fazer um brinquedo? Podemos aproveitar este movimento de alguma forma, para reverenciar e curtir, manter o laço, deixar sua presença aqui, e ainda baratear o transporte dos troncos? E os fios elétricos e de telecomunicações? E o fluxo de pessoas na calçada, que vai explodir na próxima semana por se tratar de uma área onde circulam aproximadamente 1000 crianças por dia, cada qual com os seus acompanhantes? Será que esta área da raiz levantada dá um local legal para pesquisa?

Como sobre a calçada os galhos estão se embolando com os fios, procuramos nos orientar com a Ampla. Foram 5 telefonemas que geraram 5 números de protocolo diferentes. A Ampla, em caráter de emergência, veio até aqui de madrugada e como eu liguei hoje novamente soube que os fios estão sobre a rede de telefonia. Além disso, em até 35 dias virá o caminhão com a equipe de poda para, provavelmente, dizer a mesma coisa e se retirar gastando combustível. Agora vamos ligar para a Telemar.

Enquanto isso, como formigas tentando levar açúcar para o formigueiro, temos uma rede de Julie, Viviane, eu, Rodrigo, Nilcéa, Seu Iso, a mulher do seu Iso, Seu Hélcio, Mamãe, Seu Cláudio, Geovana, a filha de seu Cláudio, Ângela, Joca e o PC - guarda de trânsito, tentando construir conhecimento suficiente para não cometer erros graves e não machucar ninguém, resolvendo o que vamos fazer e como fazer, porque como sabemos temos que resolver tudo esta semana.

Acho que se nos filmassem de cima, poderíamos ver um monte de gente parecendo desorientada no início, batendo bico igual a formiga. E agora, que já está se conformando o que vamos fazer, o movimento já apresenta outro padrão de organização.

É isso. Nós vivemos em rede. Aprendemos em rede. As hierarquias atrapalham a geração de conhecimento.