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quarta-feira, abril 08, 2009

Moleque e Leila na Gazeta Mercantil, hum!

O artigo reproduzido abaixo foi publicado na íntegra no jornal Gazeta Mercantil em 03/04/09, e em outros jornais pelo país.

Sociedade em Rede e a Educação

Tem sido rotina uma discussão que travo com meu filho quando decido que ele deve fazer sua lição de casa e se afastar, por um tempo, do complexo universo que ele conecta com seu computador. Não é difícil deduzir que esta cena se repete diariamente nas escolas brasileiras, principalmente quando professores enfrentam o desafio de ensinar a uma turma com baixo interesse e muita dispersão. Em ambos os casos, chego à conclusão que estamos tornando adversário o que é parceiro e, deixamos de lado o essencial: o método didático empregado para uma geração que, em média, passa diariamente 240 minutos navegando na internet.

Tecnologia é a única saída? Não necessariamente, conforme ficou demonstrado no evento promovido pelo Instituto Vivo, que reuniu mais de 300 pessoas dedicadas a entender esse momento. Com um dos convidados, o educador José Pacheco, aprendemos que é importante ensinar, mas, ainda mais, saber ouvir principal interessado: o aluno. O resultado do projeto que liderou por mais de 30 anos, o Escola da Ponte, em Portugal, comprova sua tese. Lá as crianças têm participação ativa nas decisões a serem tomadas e na escolha de conteúdos para cada série, por exemplo.

O outro lado da moeda, também com resultados positivos, foi a apresentação de experiências que já se beneficiam das tecnologias nos processos educativos. Alguns exemplos: Leila Pais de Miranda, do projeto Moleque de Ideias, Eugênio Scannavino Netto, do programa Saúde e Alegria, Lucas Longo, desenvolvedor de um aplicativo de educação para iPhone, Wagner Merige, Minha Vida Mobile, Carlos Alberto Lima, do projeto Nas Ondas do Rádio, e Hely Costa, do Arte-Favela.

Seja como for, nesse tipo de sociedade em que já estamos vivendo, temos novas exigências e novas possibilidades. Tudo o que organizamos para a velha organização tem que se adaptar às características da nova ordem, a chamada sociedade do conhecimento.

Nessa nova sociedade, o que chamamos de aprendizagem acontece de novas maneiras e não mais somente dentro dos aparelhos escolares. Um jovem, hoje, com acesso à banda larga, consegue aprender muito mais, em muito menos tempo, aquilo que nós, das gerações passadas, levamos anos e anos, lustrando os bancos escolares, para assimilar. Isso não é uma hipótese especulativa. É um fato. Todos que têm filhos em idade escolar podem comprová-lo.

A tecnologia pode suprir realmente essa carência. Nós da Vivo acreditamos que na sociedade em rede o indivíduo vive melhor e pode mais. Para adotar essa visão foi preciso acreditar de fato nela. Ou seja, nós acreditamos realmente no surgimento de uma nova sociedade, cujo dinamismo é diferente. Uma sociedade que dá mais poder aos seus membros, ao mesmo tempo em que deles obtém insumos antes impossíveis de colher. Nada mais favorável para o ensino. Basta entender.

Marcelo Alonso, diretor do Instituto Vivo, São Paulo

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copiado de Luis Fernando Guggenberger

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posted by Leila País de Miranda @ 12:10 AM