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quinta-feira, maio 25, 2006

Refletindo


Imagens obtidas pela aluna Betina, 7 anos, usando microscópio digital.

Me parece que as escolas, apesar das diferenças de enfoque sobre aprendizagem, ainda não usufruem ou se deixam modificar pelas possibilidades trazidas pela informática. Usam os computadores como ferramenta adequada a rotinas estabelecidas anteriormente à disseminação da informática. As crianças continuam aprendendo algoritmos de soma, mesmo que hoje as máquinas de calcular já sejam mais baratas do que lápis. E não se beneficiam de apoios para raciocínio mais elevado, como os oferecidos pela construção/uso pelas crianças de simuladores do desenvolvimento de sistemas dinâmicos tais como cidades ou formigueiros, só para dar um exemplo. Tal conhecimento era praticamente impossível de ser construído antes do advento da informática.

O que observo é que hoje os computadores são usados como máquina de escrever, correio e biblioteca, uso que considero ainda inicial, onde substituímos a ferramenta mas não estamos ainda alterados pelas novas possibilidades e necessidades que a ferramenta nos devolve. Não percebemos que, por causa da ferramenta, novas reflexões sobre o quê e como aprender são necessárias. Pesquisar, produzir textos e enviar cartas não são as únicas funções da mente humana, e a restrição não é imposta pelos computadores.

A atitude e o conhecimento necessários a uma criança que desenha e colore com papel e lápis são muito diferentes da atitude e conhecimento necessários para colorir no computador. As linguagens não-verbais, audiovisuais, ganham espaço e passam a ser fundamentais para a boa comunicação de quem vive numa sociedade informatizada. E os aprendizes ficam distantes deste conhecimento. É muito diferente a sua mente ter como apoio papel, cola, lápis e tesoura para modelar aviões, ou ter um computador com software adequado!

Penso que há necessidade das crianças aprenderem informática sim, como ferramenta para suas mentes e para sua produção intelectual. Os caminhos para aprender devem ser reflexão e prática de cada comunidade de aprendizagem.

Na moleque de idéias, por exemplo, nosso caminho sempre começa com a pergunta "O que você quer fazer hoje?"

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posted by Leila País de Miranda @ 8:59 AM

1 Comments:

At 12:22 PM, Anonymous Anônimo said...

Mais do que saber Ciência, é preciso também fazer Ciência. Aluno não deve ser um jarra em que se preenche. Mas sim um pequeno cientista.

Leila muito bom o seu Texto!!

 

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