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sexta-feira, abril 30, 2010

João Vitor, das massinhas, is back!



E a questão é a seguinte. A mãe resolveu dar um tempo para ele, fora da escola regular, já que a coisa não estava funcionando muito bem. E ele está aqui, na Moleque, como uma das atividades escolhidas por ela como boas para o João. Estamos muito felizes e atentos a tudo e o João também estava muito feliz. Deixou até um tubarão e uma mulher para enfeitar a nossa semana.
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Eu, sinceramente, vou anotar este dia como um dos mais importantes para a Moleque de ideias: 30 de abril de 2010. Vamos junto com o João!

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posted by Leila País de Miranda @ 5:19 PM 1 comments

"Entre les murs" e porque não quero comentar o "Entre os muros da escola" II


"Entre les murs" foi o filme que eu disse que não ia comentar. Assistam. Só para ver como é tudo a mesma falta de diálogo, de respeito, de alegria. Na França. A quilômetros daqui. Tudo igualzinho. A sala dos professores chega a dar até nervoso. Quando meu pai era professor do Salesianos, aqui em Niterói, há 40 anos atrás, era a mesmissíssima coisa. Eu atribuo tudo isto à organização dos ambientes escolares como linhas de montagem, solução que, na minha opinião, se ainda serve para alguma coisa, serve para coisas fazendo coisas. Já é chato à bessa para os operários que não podem pensar em nada além daquela mínima coisa que está fazendo, sub-humano até não poder mais... Imagina colocar a mesma lógica pros dois lados: "professor" e "aluno". Quanto menos pensarem, melhor. Tudo igual para todo mundo, tudo medido, e no final uma hipocrisia e uma falta de resultado real que assusta e revolta.

Eu não vou comentar porque decidi que não perco mais tempo falando sobre o que não acredito. E eu não acredito que possa surgir algo bom a partir do que existe hoje nas escolas daqui ou da China.

Daqui para a frente, eu só vou construir o que acredito.

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posted by Leila País de Miranda @ 9:11 AM 0 comments

A Escola serve pra quê?



Esse não é a parte dois do prometido, mas eu encontrei este vídeo procurando por material relativo ao "Entre os muros da escola", e gostei demais. Um retrato muito interessante da opinião de várias pessoas sobre a educação no Piauí.

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posted by Leila País de Miranda @ 8:06 AM 0 comments

terça-feira, abril 27, 2010

"La Belle Personne" e porque não quero comentar o "Entre os muros da escola." I

Este é um primeiro post de uma série de 3.

Neste fim de semana vi dois filmes onde toda a ação se passava em escolas. Os dois em escolas da França. Depois de ver estes dois filmes, fiquei pensando algumas coisas sobre as escolas que conhecemos. Resolvi então fazer três posts, um sobre "La Belle Personne", o primeiro filme, um sobre "Entre os muros da escola", o segundo filme, e um terceiro sobre a Moleque de ideias, que não é filme mas é uma história que está sendo vivida por muita gente.



O tema do primeiro, "La Belle Personne", de 2008, não é a escola em si: é o relacionamento entre os humanos naquele lugar. Mesmo assim, a escola me chamou atenção. França, grandes e antigos jardins, prédio antigo amplo, provavelmente um Liceu, portas altas, tudo limpo, seco, tinta descascada, carteiras, cadernos de anotação, quadro negro, giz, fulano faça isso, sicranos façam aquilo... Muito sofrimento, muita solidão. E o assunto, a reforma protestante, as indulgências, exatamente o mesmo currículo que eu estudei aos 15 anos no Instituto Gay Lussac, aqui em Niterói, há mais de trinta anos atrás. À clássica historinha que diz que se um professor de séculos atrás entrasse numa escola hoje, teria pouco problema para se adaptar, podemos acrescentar: em qualquer lugar do planeta.

Enfim, vou acrescentar o trailer do filme porque é um drama bem contado, gostei de ver, tem no videoclube.

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posted by Leila País de Miranda @ 1:31 PM 0 comments

quinta-feira, abril 15, 2010

"Ranamontuda", Amanda, 4 anos.

A mídia e a mente dos pequenos. Amanda, 4, disse ontem que queria a "Ranamontuda". Devagar eu fui entendendo. Ela repetindo, com carinha de quem estava pensando e tentando acertar. O que ela queria era o fundo da Montanha Russa disponível no PhotoBooth. Amanda misturou Hanna Montana com Montanha Russa e deu Ranamontuda. Hanna Montana é personagem de série americana apresentada pelo Canal da Disney desde 2006 . Montanha Russa teve a primeira patente em 1885.

Ranamontuda é safra de 2010.

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posted by Leila País de Miranda @ 5:44 PM 0 comments

"Ainda não caiu a minha ficha."

Ontem ouvi o depoimento de uma mãe, que perdeu filhos e a própria mãe no Bumba. Ela também usou uma expressão ligada aos jogos. "Ainda não caiu a minha ficha."

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posted by Leila País de Miranda @ 5:38 PM 0 comments

segunda-feira, abril 12, 2010

"Game over no morro do Bumba."

Ontem, no Fantástico, vi e ouvi um moleque falar assim, olhando para o que restou da comunidade em que vivia: "Game over no morro do Bumba."

E eu sorri. E entendi o que ele queria dizer. E muitas serão as pessoas que entenderam o que ele quis dizer. A linguagem dos jogos de computador está nas nossas vidas e linguagem é mais do que falar. É pensar. É construir realidade.

Apesar de entendê-lo a ponto de sorrir, senti, entretanto, o desconforto causado por uma descrição que, embora apropriada, é cruel.

Imagino que ele, morador, adolescente, olhando de frente para tudo aquilo que aconteceu com a comunidade onde morava, estaria apavorado. E, se ligado emocionalmente à realidade da comunidade dele, solidário. O "game over" só cabe como defesa do medo, ou se imaginarmos que o menino está vivendo uma realidade imaterial.

Hoje, grande parte da nossa mente interage com informações apenas, informações que nos chegam através de imagens e sons vindos de longe, sem materialidade além da realidade criada por todas as nossas mentes juntas. Imagine-se a confusão. Que realidade podemos criar ouvindo apenas sons ou vendo as coisas através de telas minúsculas? O que senti ao ver o Morro do Bumba na TV não chegou perto do que senti ao ver as laterais da Estrada da Cachoeira escorridas, muito maiores do que eu. E eu tenho certeza que a tragédia no Bumba foi muito maior.

Até pouco tempo, as informações que construíam o nosso mundo virtual chegavam de alguns poucos para muitos. Hoje, as pessoas podem ter a experiência de controlar totalmente coisas que são feitas só de informação. No mundo dos jogos eletrônicos, os meninos aprendem a viver, a sentir e a controlar realidades virtuais.

Tomando-se a construção das realidades virtuais como caminho irreversível, é sempre preferível que o poder esteja nas mãos de todos. O que causa preocupação é o destacar-se da dor. Separar-se da compaixão. Isto é o que preocupa.

Apesar de compreendermos o que o menino quis dizer, é importante destacar a diferença entre um "game over" e a tragédia no morro do Bumba: dor, muita dor, muita tristeza.

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posted by Leila País de Miranda @ 6:57 AM 3 comments