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terça-feira, julho 12, 2005

Criancas que desistem

Eu sei que ando falando demais das minhas irritações, mas como também faz parte...

Hoje eu tive a oportunidade de ver em ação o monstrinho da chatice e da crítica disfarçada de dúvida. É aquela criança que chega com um projeto e aí, de modo sutil, aquilo vai se dissolvendo em problemas, tudo é problema, tudo podia ser mais fácil, o tom de voz vai ficando mais baixo, e o olho só volta a brilhar quando ela encontra um problema de verdade, de preferência seu e não dela.

São crianças com quem não tenho prazer algum de trabalhar. Ainda penso que pode ser que mudem, pode ser que eu ajude, mas bom mesmo é trabalhar com aqueles que tem bom astral, disposição, alguma idéia, que demonstram interesse, que tem sangue nas veias e bom-humor. Aí anima e juntos a gente remove montanhas.

Os outros já são meio mortinhos, chatinhos, enjoadinhos...

Ou então são mimados, e cheios de pequenas tolas vontades, que se não forem satisfeitas são motivo para bicos, muxoxos, ameaças...

São chatos.

Bom que a maioria é muito legal e alguns então, especialmente cativantes.

Está no ar o pequeno grande site do Clube de idéias feito por crianças para crianças. Confira em www.moleque.com.br

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posted by Leila País de Miranda @ 7:10 PM 0 comments

sexta-feira, julho 08, 2005

Mais sobre Seymour Papert

texto extraído da página da Multirio www.multirio.rj.gov.br/multirio

Leia mais sobre Seymour Papert

Doutor em Matemática e membro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, onde fundou o Laboratório de Inteligência Artificial, Seymour Papert vem enfatizando, desde a década de 60, a importância do computador como ferramenta de apoio ao aprendizado e de estímulo à criatividade.

Linguagem – Com colaboradores, desenvolveu uma metodologia de ensino no ambiente computacional, denominada Logo, de fácil compreensão e manipulação por crianças ou por pessoas leigas em informática e sem conhecimento de matemática. Da linguagem Logo nasceu a linha de brinquedos educativos LegoDacta, adotada internacionalmente.

Motivação – Segundo Papert, o computador consegue despertar, na maioria dos alunos, uma motivação que pode ser o primeiro trunfo do educador para resgatar o aproveitamento daqueles cujo desempenho precisa melhorar.

Livro – Como fruto dessa visão, escreveu inúmeros artigos e publicou diversos livros, entre eles A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática, Tempestades mentais: crianças, computadores e idéias poderosas e A família em rede. Nessas obras, enfatiza que a grande contribuição dos meios de comunicação digital para a educação é a flexibilidade, permitindo a cada indivíduo encontrar caminhos pessoais para aprender e tornar-se, assim, um aprendiz eficiente.

Construcionismo – Papert ainda deu outras fortes contribuições à área pedagógica. Com base na teoria construtivista do epistemólogo suíço Jean Piaget, com quem estudou durante alguns anos, criou o construcionismo. Apesar de entusiasta da perspectiva piagetiana – de considerar a criança um ser pensante, ativo e capaz de construir suas próprias estruturas cognitivas, mesmo sem ser ensinada –, Papert preocupou-se em avançar mais. Saiu em busca de condições para ampliar o instrumental de aquisição de conhecimento e para valorizar a interação do aluno com o meio.

Paulo Freire – Os conceitos de Papert aproximaram-no do educador Paulo Freire. Eles estiveram juntos, pela primeira vez, em 1995 – época em que surgia o CDI –, num seminário promovido pela PUC de São Paulo. Tanto Papert quanto Paulo Freire creditam ao professor um novo papel no processo de aprendizagem: o de facilitador, proporcionando aos alunos um ambiente capaz de fornecer conexões individuais e coletivas e de favorecer o desenvolvimento de projetos vinculados com a realidade de cada grupo. Ambos também encaram a educação como uma seqüência de desafios, em que, simultaneamente, todos os envolvidos ensinam e aprendem.

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posted by Leila País de Miranda @ 3:44 PM 0 comments

quarta-feira, julho 06, 2005

As pulseiras

Pode ser que eu esteja ficando velha e ranzinza. e preciso tomar cuidado com isso. Creio que quem trabalha com Educação deve estar sempre aberta (o) às novidades.

Mas estas pulseiras de plástico que apóiam causas são irritantes. Já temos as mil mochilas da Barbie, as lancheiras do Mickey, os tênis prateados com luzinhas, celulares espetaculares e agora estas pulseiras que algumas crianças usam sem nem saber para quê, ou mesmo quando sabem, soa tão falso! Eu realmente creio que são apenas mais um item de consumo desenfreado.

Juntamos a isso uma certa atitude violenta e de descaso com os outros e a salada está completa. Tenho visto muitos professores reclamando da falta de educação das crianças, do desprezo que elas parecem ter por tudo, da falta de domínio da turma, da falta de condição de fazer seu trabalho decentemente, do cansaço e da impotência.

Enfim... O que eu espero ter não é tolerância, mas compreensão do fenômeno.

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posted by Leila País de Miranda @ 11:45 AM 0 comments

terça-feira, julho 05, 2005

Esqueci... entao eu vou jogar!

Hoje o Renan me lembrou de uma atitude que sempre me chamou a atenção. É o caso da criança que chega e na hora de dizer o que quer fazer, como quer usar o computador diz: "eu ia fazer um trabalho com caneta, mas como eu esqueci a minha pasta, então eu vou jogar mesmo." Isto para mim, demonstra a personalidade que não assume o seu desejo, precisando de uma desculpa qualquer para fazer o que quer, assim como se não tivesse outra alternativa.
Que coisa! É a famosa desculpa esfarrapada.

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posted by Leila País de Miranda @ 2:45 PM 1 comments

Seymour Papert

Na última sexta à noite fui ver a palestra do Prof. Seymour Papert na PUC. O Professor Papert é criador do grupo de Inteligência Artificial no MIT ( Massachussets Institute of Technology). Veio ao Brasil apresentar ao Presidente Lula o projeto do "Laptop de US$ 100,00".

A palestra foi muito interessante e duas afirmações me chamaram a atenção:

- laptops não tem que ser necessariamente caros, mas hoje são feitos para serem caros. Reduzindo certos padrões de qualidade e marketing, poderíamos oferecer às crianças o que realmente podemos chamar de inclusão digital. O computador é dela, não estará preso dentro do laboratório da escola, nem será usado apenas uma vez por semana.

- também me fez pensar o que ele disse, como matemático que é (Cambridge, 1954 - 1958), que o que é ensinado hoje nas escolas representa 1 bilionésimo do que é a Matemática, e perguntou por que será que este bilionésimo é o que é escolhido e repetido às crianças hoje em dia.

Disse que depender de uma máquina de calcular é como depender de óculos, e que hoje, computadores conseguem representar objetos matemáticos de tal maneira que reduzem em muito a capacidade de abstração necessária para entender problemas como os da economia, que antes só podiam ser representados por gráficos complexos, e hoje podem ser objetos de simulação (creio que a linha SimCity é um bom exemplo). Ou seja, as crianças podem, ao invés de exercitarem algoritmos de multiplicação à exaustão, entender que existem, usar as máquinas processadoras de cálculos, e colocar a mente para pensar de modo superior.

Os laptops de US$ 100,00 são uma ferramenta de acesso à informação e à criação para as crianças que irão construir este mundo à sua moda. Com certeza, capacidades como o equilíbrio, a crítica e o juízo continuarão sendo necessários, como sempre foram. E é claro que, quanto maior a autonomia de acesso à informação, maior a necessidade destas.

É aí que eu vejo o papel do adulto como importante. Impulsionar as crianças a criarem, a se observarem, a se conhecerem e a ter respeito pelo outro e por si mesmas. Paz, amor, conhecimento, liberdade... E laptop baratinho!

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posted by Leila País de Miranda @ 12:20 PM 0 comments