historinhasdamoleque

quinta-feira, maio 25, 2006

Refletindo 2, 3 e 4

Uma das fotos da animação com massa de modelar feita por Luisa (8) e Mônica (11). Uma história onde o tubarão come o leão marinho.



Sobre decisões democráticas

Eu tenho uma questão com relação ao assunto das decisões. Vi um filme, Doze homens e uma sentença, que retrata bem o que penso sobre decisões tomadas no voto, principalmente em ambientes de aprendizagem. No filme, jurados numa sala batalham com palavras, raciocínio e moral para chegar a um consenso sobre a sentença que seria conferida ao réu. O interessante é que, no início, 11 eram a favor da condenação e apenas 1 era a favor da dúvida, portanto a batalha é boa! No final, todos chegam a um consenso de que não há provas suficientes para condená-lo e ele é absolvido, ou seja, caminham na direção totalmente oposta juntos, por construção coletiva!
Eu acho que, na escola, deve se buscar o consenso sempre que possível, e em último caso, que acontece por várias razões, apelar para a sorte, ou para a palavra de um considerado mais sábio, ou até para o voto (mas eu tenho medo das maiorias).

Sobre o espaço de alimentação

É muito comum nas escolas exisitir uma equipe de profissionais que prepara todo o almoço/lanches, que sirva as crianças, lave os pratos, e decida/pense por elas o cardápio. Esta decisão implica em empobrecimento das oportunidades de desenvolvimento das crianças! O espaço do alimento é ideal para despertar reflexões as mais diversas, sobre relações de trabalho, sobre tudo que acontece no fogão, sobre o corpo, sobre a escolha do alimento... Não precisa virar obrigação, mas muitas crianças gostariam de que esta fosse a sua "sala de aula"principal. O Jamie Oliver, um cozinheiro inglês, afirmou que as crianças da geração atual estão morrendo antes de seus pais! E um dos motivos pode ser a péssima alimentação - barata, fácil de preparar (as merendeiras só esquentam), mas terrível para a saúde. Um prato de quente, frio, doce, crocante, colorido, com flor, fruto e variedade, é sustituído pelo amarelo e vermelho das massas, lazanhas, queijos, nuggets, batatas-fritas etc etc. No programa que o Jamie Oliver apresentou, foi impressionante ver as diferentes reações das crianças a figuras de vegetais e a figuras representativas de redes mundiais de lanchonetes.

Sobre motivação para aprender

É muito comum não haver movimentos organizados em termos de formação continuada por parte dos professores (e dos alunos também). E isto é apenas um reflexo de desmotivação! Muitas vezes os professores não gostam de estudar, não têm interesse pela vida, pelo conhecimento e às vezes nem por crianças ou por processos de aprendizagem. Outro fator que creio ser mortal para a aprendizagem é um ambiente de baixo interesse também por parte das crianças. Muitas vezes as escolas dão mais valor ao quê está sendo apresentado do que ao aprendiz, e aí vai ficando todo mundo muito desmotivado. E aí é um colocando a culpa no outro que é uma coisa interessante de observar.

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posted by Leila País de Miranda @ 9:32 AM 0 comments

Refletindo


Imagens obtidas pela aluna Betina, 7 anos, usando microscópio digital.

Me parece que as escolas, apesar das diferenças de enfoque sobre aprendizagem, ainda não usufruem ou se deixam modificar pelas possibilidades trazidas pela informática. Usam os computadores como ferramenta adequada a rotinas estabelecidas anteriormente à disseminação da informática. As crianças continuam aprendendo algoritmos de soma, mesmo que hoje as máquinas de calcular já sejam mais baratas do que lápis. E não se beneficiam de apoios para raciocínio mais elevado, como os oferecidos pela construção/uso pelas crianças de simuladores do desenvolvimento de sistemas dinâmicos tais como cidades ou formigueiros, só para dar um exemplo. Tal conhecimento era praticamente impossível de ser construído antes do advento da informática.

O que observo é que hoje os computadores são usados como máquina de escrever, correio e biblioteca, uso que considero ainda inicial, onde substituímos a ferramenta mas não estamos ainda alterados pelas novas possibilidades e necessidades que a ferramenta nos devolve. Não percebemos que, por causa da ferramenta, novas reflexões sobre o quê e como aprender são necessárias. Pesquisar, produzir textos e enviar cartas não são as únicas funções da mente humana, e a restrição não é imposta pelos computadores.

A atitude e o conhecimento necessários a uma criança que desenha e colore com papel e lápis são muito diferentes da atitude e conhecimento necessários para colorir no computador. As linguagens não-verbais, audiovisuais, ganham espaço e passam a ser fundamentais para a boa comunicação de quem vive numa sociedade informatizada. E os aprendizes ficam distantes deste conhecimento. É muito diferente a sua mente ter como apoio papel, cola, lápis e tesoura para modelar aviões, ou ter um computador com software adequado!

Penso que há necessidade das crianças aprenderem informática sim, como ferramenta para suas mentes e para sua produção intelectual. Os caminhos para aprender devem ser reflexão e prática de cada comunidade de aprendizagem.

Na moleque de idéias, por exemplo, nosso caminho sempre começa com a pergunta "O que você quer fazer hoje?"

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posted by Leila País de Miranda @ 8:59 AM 1 comments

terça-feira, maio 23, 2006

Ponte - interpretar de modo diferente

No texto a seguir, o professor José Pacheco diz algo muito importante. As imagens ao lado, feitas pelas crianças da moleque de idéias recentemente, nos mostram que além de procurar lados ocultos, devemos também estar atentos às diferentes interpretações da realidade.

JOSÉ PACHECO nos diz: " Para que o projeto da Ponte possa ser útil, será necessário recorrer a um exercício que revele o reverso de uma escola considerada de sucesso. A Ponte é mais resultado de transpiração do que inspiração. Assim como a lua tem o seu lado oculto, também a Ponte tem bastidores que importa expor, para deixar ver as entranhas de um projeto humano construído por imperfeitos seres. Quem acredita ser fácil manter a união de uma equipe, ou resistir à maldade que se abate sobre quem ousa fazer diferente, ilude-se. Escola da Ponte, uma escola feita de sangue, suor e lágrimas."

(Extraído do Blog da Maria Angela, colega do curso da Ponte.)
____________

Coincidência! Acabei de ler a carta de apresentação da Thais Almeida Costa, entrevistada na segunda semana do curso, e leiam o que ela diz: "Tentarei responder as perguntas com carinho, colaborando com o meu olhar. Gostaria de ressaltar que o meu olhar é fruto das minhas "leituras" pessoais e que, provavelmente, cada um irá construir seu olhar específico. A Ponte nos permite inúmeras leituras e acredito que aí encontraremos a riqueza das nossas trocas.

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posted by Leila País de Miranda @ 8:01 AM 2 comments

sexta-feira, maio 19, 2006

+ Rubem Alves e Escola da Ponte

trabalho do Matheus Nóbrega, 8 anos, moleque de idéias










+ trechos do livro "A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir", de Rubem Alves, leitura recomendada no curso Fazer a Ponte:

a poesia de Fernando Pessoa:

"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal? Por te cruzarmos quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador tem de passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu."

idéias do Prof. Pedro Barbas Albuquerque, professor auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho e Consultor do Centro de Formação Camilo Castelo Branco

... os professores ..., quanto à relação que estabelecem com os computadores, ... podem ser divididos em três montinhos: os que complicam (os sábios), os que aplicam (os práticos) e os que implicam (os renitentes).

(Não concordo, mas achei engraçado)

e do próprio Rubem Alves:

(,...) que compreenda como os saberes são gerados e nascem. Uma escola em que o saber vá nascendo das perguntas que o corpo faz. Uma escola em que o ponto de referência não seja o programa oficial a ser cumprido (inutilmente), mas o corpo da criança que vive, admira, encanta-se, espanta-se, pergunta, enfia o dedo, prova com a boca, erra, machuca-se, brinca. Uma escola que seja iluminada pelo brilho dos inícios.

E agora eu: está sendo bom demais fazer este curso, ler tanta coisa legal, conhecer pessoas, alimentar minha mente com delícias que só fazem bem!

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posted by Leila País de Miranda @ 7:31 AM 0 comments

quinta-feira, maio 18, 2006

O que vemos

Bernardo Soares: O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.

Li no livro do Rubem Alves "A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir", recomendado pelo curso sobre a Escola da Ponte.

Tenho um amigo que quando eu dizia, por ex, "Você está chato.", ele dizia "São seus olhos!".

Mesma coisa, dita de maneiras diferentes. Eu cada vez mais acredito nisto.

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posted by Leila País de Miranda @ 4:40 PM 1 comments

terça-feira, maio 16, 2006

Escola da Ponte

"... projeto de uma educação emancipadora, o que exigiu a criação e a manutenção
de um conjunto de estratégias alternativas que, para a maioria dos
educadores brasileiros, soam belas e desejáveis, mas possíveis apenas em
sonho ou no papel. Gestão coletiva envolvendo todos os segmentos; abandono
definitivo da seriação; atenção diuturna às diferenças; autonomia
responsável na relação com o aprendizado - eis uma mostra do intrincado
mosaico de práticas distintivas da Ponte. Práticas que impressionam por seus
resultados, como se algo miraculoso lá estivesse sendo gestado. Não é o
caso. Trata-se apenas uma instituição comprometida com uma visão de mundo
expressamente democrática, o que inclui muitos percalços e alguns êxitos.
Nenhum ovo de Colombo, portanto."

Achei demais este texto sobre a experiência da Escola da Ponte. Parece e é óbvio - não é milagre; é vontade de fazer, aceitar o erro e querer acertar.

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posted by Leila País de Miranda @ 2:46 PM 0 comments

Fazer a ponte - dia 2

Muito legais os textos. Num deles, Distance Education at a Glance, os autores listam qualidades que devemos ter para acompanhar bem os cursos à distância:
- tornar-se e permanecer responsável por si próprio;
- conhecer suas forças, desejos, habilidades, necessidades;
- manter e aumentar a auto-estima;
- relacionar-se com outros;
- refletir e esclarecer o que está sendo aprendido,
entre outras.
São estas as competências que as crianças podem construir desde pequenas, quando damos chance e suporte.

Um dado interessante:
o índice de abandono de classes on-line varia de 35% a 50%; o de presenciais é de 14%. Fatores influentes: problemas com uso de tecnologias digitais, auto-motivação, domínio de leitura e escrita e falta de capacidade de ser professor de si mesmo, conhecendo sua própria maneira de aprender e seu perfil psicológico.

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posted by Leila País de Miranda @ 12:52 PM 0 comments

segunda-feira, maio 15, 2006

trilhas e campings e o Gustavo

Eu coloquei como comunidade relacionada à da moleque de idéias uma comunidade sobre trilhas e campings. E mandei uma mensagem para as pessoas dizendo que era "para não ficar só engordando em frente à TV (ou ao computador". O Gustavo, com 10 anos, escreveu assim "eu sou meio os dois pq as vezes fico de cara na tv e as vezes faço exporte eu escrevi esporte assim pq da um tom manero".

O que me chamou atenção foi o "pq da um tom manero". Eu nunca tinha pensado com esta liberdade sobre escrever! Dar um tom maneiro e mandar um x no lugar de s. Nós todos estamos participando de um momento de invenção!

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posted by Leila País de Miranda @ 4:12 PM 0 comments

o modelo pedagogico

"O problema era o modelo pedagógico no qual ele fora ambientado desde sua pré-escola. Um ambiente em que o aluno é visto fundamentalmente como um receptor de conteúdos, cuja tarefa é assimilar e reproduzir, mas quase nunca problematizar, analisar, refletir, isto é, discutir."
Wilson Azevedo

E principalmente escolher!

E lidar com as angústias de escolher e se responsabilizar pelas escolhas que fazemos. A partir daí, para conseguir um ambiente democrático, social e baseado em escolhas pessoais, surgirão naturalmente os problemas, a necessidade real da reflexão, a argumentação...Eu acredito que qualquer tecnologia deve apoiar um modelo de aumento de consciência e responsabilidade por si por parte de quem se educa.

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posted by Leila País de Miranda @ 3:45 PM 0 comments

ambientes virtuais de aprendizagem

"A temporalidade que é experimentada em tais ambientes é de natureza diversa daquela introduzida pela escrita e que permitiu que nossas sociedades se sentissem participantes de uma única História. Como também difere daquela vivida por sociedades orais, um tempo cíclico em que o passado não se marca por datas. É um tempo "esticado" por dentro da temporalidade histórica, uma sensação de contiguidade sem simultaneidade, um estar sempre "aqui" independente do "agora" de cada. Uma nova temporalidade que se precisa aprender a administrar e a agendar."

O texto é do Prof. Wilson Azevedo e é muito legal esta sensação mesmo de lidar com espaço-tempo diferente. De participar desta construção. De ir deixando a mente se adaptar e criar.

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posted by Leila País de Miranda @ 3:04 PM 0 comments

Fazer a ponte - 1o. dia

Comecei o curso hoje. Segundo o que havia lido nas prévias, fiz um plano para organizar a semana, e por hoje deu certo. De manhã cedo fiz logo a obrigação dos pagamentos do dia e assim fiquei livre para estudar por duas horas. Resisti à tentação de responder outros e-mails e mais ainda à curiosidade de entrar no orkut para ver meus recados, dar uma incrementada na comunidade, e aí a gente vai, vai, vai...

Mas fiquei firme e conheci todos os meus companheiros de curso. Achei o grupo muito legal, com experiências variadas.

Depois imprimi (talvez um dia eu deixe de fazer isto..., por enquanto ainda gasto papel à beça!) os textos que pretendo ler e discutir com os colegas, e também estou conhecendo o site do curso.

Achei muito legal o programa e vem bem a calhar com o momento que estamos vivendo aqui na moleque de idéias. Estamos usando a plenos vapores (antiga, heim?) o nosso sistema de acompanhamento dos alunos. Como cada um segue o caminho que escolhe, tivemos necessidade de construir um sistema de acompanhamento novo, que tem nos proporcionado muito elemento para refexão, para pré-organização dos encontros com as crianças, para registro de seu desenvolvimento. Vai ser muito legal ver como a Ponte está fazendo avaliação do processo.

Sempre penso em educação assim: presencial (cada vez mais misturada com o virtual) para as crianças, e principalmente on-line depois dos 14 (só depois dos 14?)

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posted by Leila País de Miranda @ 2:25 PM 0 comments

sexta-feira, maio 12, 2006

Curso on-line sobre a escola da ponte

Comecei a fazer um curso on-line e vou usar o blog como caderno de anotações. O curso será com os professores da escola da Ponte . Quem se interessar pelo curso pode obter mais informações em aquifolium/ponte, só começa dia 15/05.

Hoje recebemos um texto muito bom sobre administração do tempo. Elemento importante de se dominar quando estamos querendo estudar. Achei que tem tudo a ver com as crianças da moleque de ideias. O fato delas escolherem o que vão fazer, e os caminhos que vão seguir, de serem aprendizes conscientes, responsáveis, respeitados, de terem ferramentas de reflexão à disposição, tudo isto vai ajudá-las muito na vida!

O site da moleque de idéias está aí do lado. Tem filmes de animação e jogos feitos pelas crianças, entre outros trabalhos, e reportagem feita pela Multirio durante o IV Congresso Internacional de mídia para crianças e adolescentes, onde as crianças falam sobre o que fazem aqui.

Bom, voltando ao texto, aí vai:

Como Superar a Falta de Tempo?

Administração do tempo: este talvez seja o maior desafio do e-Aluno.

Pergunte a quem já fez um curso online. Dez em cada dez e-Alunos falarão de dificuldades para dedicar ao curso o tempo por ele exigido.
Por que isto acontece?

Desde a infância fomos habituados a nos adaptarmos a uma "grade de horário" que determina uma hora para começar e outra para terminar de estudar, um tempo definido por outros, não por nós, sem que ninguém nos perguntasse qual o melhor horário, aquele no qual estamos mais dispostos e prontos para aprender. Não é à toa que se chama "grade": vivemos toda nossa vida escolar e acadêmica encarcerados atrás destas grades de horário estabelecidas de cima para baixo. Ao longo de anos, décadas até, nos acostumamos a esta vida de prisioneiros do tempo dos outros. Era desta forma que funcionava até bem pouco tempo atrás a Educação, sem que tivéssemos direito de escolha, sem liberdade para decidir o melhor horário para nós.

Em Educação Online, no entanto, temos este direito e esta liberdade: é o aluno quem decide a hora de começar e a hora de terminar de estudar. Neste contexto, a famosa frase "estamos condenados à liberdade", do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre ganha sentido. É no cotidiano de um curso online que descobrimos como a vida do prisioneiro do tempo dos outros parece ser mais fácil e como ser livre pode ser doloroso.

Neste ponto preciso dizer com toda a franqueza: Educação Online não é mesmo para qualquer um. Nem todo mundo está pronto para ser tão livre, para assumir as rédeas de sua própria vida e exercer mais plenamente a liberdade e o direito de organizar seu tempo de acordo com suas preferências e possibilidades. Educação Online é para pessoas que querem e gostam de ser livres - e topam pagar o preço desta liberdade. E o preço da liberdade com relação ao seu próprio tempo é a responsabilidade sobre a organização de sua agenda diária. Cabe a você, e a mais ninguém, decidir o SEU melhor horário, a que horas começar e a que horas parar.

Escravos das grades de horário não conseguem suportar esta liberdade, estranham quando ninguém faz soar a campainha que manda "comece agora" ou "pare imediatamente", e sofrem muito para decidir e estabelecer seus horários. Mas quem disse que é fácil ser livre? Crescer também dói e não é por outro motivo que a "Terra do Nunca" atrai tanto aqueles que se recusam a amadurecer. A Educação Online oferece ótimas oportunidades para quem quer crescer pessoalmente e ser mais livre. Mas o e-Aluno precisa apreciar e querer liberdade e crescimento pessoal...

Por isto há mais do que uma questão puramente prática nesta exigência de boa administração do tempo: há uma questão de natureza existencial e filosófica que cada um deve encarar ANTES de se envolver com o chamado e-Learning. Dependendo de sua resposta a esta questão talvez seja melhor continuar vivendo atrás das grades de horário. Isto cabe a você decidir...

Se você decidir pela liberdade oferecida pela Educação Online, então precisará organizar-se para dedicar ao seu curso online o tempo que ele requer. Ou seja, vai precisar desenvolver um bom planejamento do uso do seu tempo, escolhendo e definindo você mesmo os seus horários. Para isto as orientações a seguir (que não são exaustivas) poderão lhe ser úteis:

· Analise sua agenda diária e semanal procurando identificar que atividades são menos importantes e/ou urgentes que o seu curso. Administrar o tempo é, entre outras coisas, decidir o que você NÃO vai mais fazer para poder abrir espaço para o que você QUER e/ou precisa fazer. Os dias continuarão tendo 24h: alguma coisa deixará de ser feita para que você possa fazer o curso. Podem ser atividades de lazer, de descanso, profissionais ou familiares. Decida o que ficará para depois do curso, aquilo que você não mais fará em função do curso. Se for o caso, comunique aos diretamente afetados por esta sua decisão que você deixará de fazer o que esperavam que você fizesse.

· Identifique claramente a carga horária estimada para o curso que você vai fazer. Se esta informação não estiver clara, procure os responsáveis pelo curso e obtenha a informação mais precisa possível de ser obtida. Sobre esta carga horária acrescente mais 50% de modo a prever tempo para atividades adicionais decorrentes do curso, especialmente para o caso de você desejar aprofundar o estudo de algum ponto ou tópico do curso.

· Calcule a média de tempo diário ou semanal que você precisará dedicar ao curso, a partir da carga horária acrescida dos 50%, e distribua pelos dias e semanas esta carga de tempo delimitando muito claramente os horários que você vai separar para estudar.

· Informe claramente às pessoas que estarão com você nos horários que você agendou para estudar que nestes horários você não estará mais disponível para outras coisas, apenas para realizar as atividades relacionadas com o seu curso.

· Na medida do possível organize seu espaço de estudo de modo a evitar interrupções: desligue o celular, deixe o telefone para ser atendido pela secretária eletrônica ou por outras pessoas, feche a porta, desligue rádio ou TV, não deixe que o interrompam. O tempo para estudo será tão mais produtivo quanto menos interrompido você for.

· Freqüentemente o local de trabalho é um péssimo local para estudo - e em alguns casos até mesmo um lugar ruim para se trabalhar e produzir. Pessoas entram e saem a toda hora, o telefone toca nos momentos menos oportunos, você é chamado para reuniões que nem sempre são produtivas. Locais de trabalho podem ser um inferno de improdutividade. Sempre que possível evite estudar no local de trabalho. Se for impossível evitar, veja se consegue um espaço mais isolado, informe claramente a seus colegas que naquele horário determinado você não está disponível para outras atividades que não as diretamente relacionadas a seu curso e solicite sua colaboração para que você não seja interrompido naqueles horários.

· Se o curso é oferecido pela própria empresa, converse com seu chefe ou diretor a respeito disto e obtenha dele a liberação de tarefas ou de responsabilidades nos horários agendados e durante o seu período de realização. Combine com seus superiores, colegas e subalternos seus horários de estudo e procure garantir que, durante o período do curso, você não seja sobrecarregado de atividades que lhe impeçam de dedicar ao estudo o tempo necessário.

· Deixe espaço para alguma flexibilidade: imprevistos acontecem e se sua agenda não estiver tão rigidamente organizada você conseguirá transferir e encaixar horários com mais facilidade quando precisar.

Você pode começar separando hoje mesmo algum tempo para organizar sua agenda para o período do curso. O tempo investido nesta providência reverterá para você sob a forma de redução da ansiedade e mais tranqüilidade.

Um abraço,

Wilson Azevedo
http://www.aquifolium.com.br/wilson.azevedo
wilson.azevedo@aquifolium.com.br

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posted by Leila País de Miranda @ 7:27 PM 0 comments